8.5.13

A evolução da máquina de tatuagem

Um dos principais objetos para realizar tatuagens, a máquina elétrica tem uma longa história de vida. Ela já passou, inclusive, por várias transformações, a começar pelo fato de que, há milhares de anos, o aparato para tatuar obviamente não era elétrico. Dessas mudanças, desde agulhas egípcias feitas de madeira, o kit tailandês que continha madeira e ossos de animais, chegamos mais perto da realidade atual ao abordar a invenção da primeira versão das máquinas elétricas. Criada por Thomas Edson em 1876, ela era uma caneta elétrica que tinha o objetivo de copiar documentos através da perfuração do papel, contornando, desta forma, o que era desejado. O aparelho vibrava de cima para baixo entre 50 e 3000 vezes por minuto.

Dezesseis anos depois, Samuel O’Reilly aperfeiçoou a máquina e adicionou agulhas múltiplas (de uma a cinco), mudou o sistema de tubos e adicionou um reservatório de tinta – isso tudo permitia a oscilação do aparelho e a movimentação das agulhas. O’Reilly patenteou a máquina nos EUA e se tornou o grande mestre da máquina de tatuar a partir da criação de Edson. Desta forma, a tatuagem conhecida, até então feita manualmente, sofreu uma grande evolução, digamos, industrial.

Podemos dividir a arte de tatuar em dois tempos: antes das máquinas e depois das máquinas. Lembrando que, mesmo com as máquinas cada vez mais modernas, a tatuagem feita manualmente, como a arte tebori, ainda é muito apreciada. Mas é inevitável reconhecer que, após a criação primeira máquina, surgem novas experiências, estudos e adaptações a cada dia que passa.

Atualmente, as máquinas são muito mais leves, mais potentes e, especialmente, mais precisas. Elas podem ter seus chassis personalizados como verdadeiras obras primas de colecionador. Em 1904, Charles Wagner, aprendiz do tatuador O’Reilly, adiciona à máquina elétrica duas bobinas.

Na década de 20, Percy Waters patenteia um novo modelo, bem próximo dos atuais. Na década de 50, Frank Eliscu Etal patenteia um novo aparelho, muito semelhante a uma caneta, por meio de um projeto de modelo cirúrgico. Na década de 70, Carol Nightingale foi o último a patentear um modelo de máquina de tatuar elétrica, a mais parecida com as atuais. Hoje em dia existem milhares de modelos espalhados por todo o mundo, mas todos baseados neste último modelo, de Nightingale.

As máquinas atuais são acompanhadas de alguns instrumentos que permitem o seu funcionamento: o pedal que libera ou corta a energia da máquina, o clip-cord, que é um fio plugado na fonte e na máquina que serve para conduzir a energia, e a fonte, que proporciona a função de regular a amperagem e a voltagem da máquina. Estes instrumentos são indispensáveis em qualquer aparelho moderno de tatuar.

Existem muitas máquinas com funções diferentes. As máquinas de contorno são tradicionais. Nela o tamanho da biqueira define o estilo do desenho a ser tatuado, e quanto menor for mais detalhes poderão ser feitos. Máquinas de sombrear são parecidas com as de contorno. A diferença se encontra na posição das agulhas, que devem ser mais afastadas, pode colorir interiores e fazer sombreamento. As máquinas pneumáticas são muito mais leves. Elas são pistolas que necessitam de ar comprimido para operar, e, por isso é necessário um compressor de ar. Este tipo de aparelho é muito utilizado para se trabalhar fora de estúdios. As máquinas de rotação eram muito utilizadas antigamente e hoje foram aperfeiçoadas – elas servem tanto para contorno como para sombra. O que a destaca é o fato de elas serem mais silenciosas que as padrões e permitirem um bom alcance da tinta na pele sem muita necessidade de regulagem.

Uma decisão importante ao escolher a máquina é a relação entre a técnica e a experiência com o aparelho que o tatuador deve ter. Independente da escolha, o artista deve se sentir seguro e preparado para usar a máquina escolhida, pois assim o trabalho é realizado com mais precisão, satisfazendo tatuados e tatuadas.

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